domingo, 17 de outubro de 2010

Gaiarsa


O psiquiatra José Angêlo Gaiarsa morreu no dia 16 aos 90 anos. Nos falamos no dia 15. Ele me ligou no meu ramal da redação pra dizer que tinha gostado da revista, teceu mil elogios! Fiquei superhonrada. Ligou também pra dizer também que estava disposto a me dar uma entrevista e que também queria oferecer um artigo sobre as mulheres. Ele fez algum comentário sobre homens que não entendem muito de mulheres e eu ri com ele... Pensei: meu Deus o 'Gaiarsa falando comigo, caracas' (ele sempre falava com a Deditas e ele dizia que ela era a sua 'paixão de alma'). 
Enquanto acordado, aos 90 anos, tinha planos, queria, queria e queria. Dormiu e acordou com Deus, numa passagem tranquila.
O Gaiarsa era à frente do seu tempo. Era a favor do amor livre, contra a monogamia e preconizava que se fizéssemos mais amor viveríamos num mundo mais justo e mais livre. Lembro também das várias colunas da sexóloga Regina Navarro Lins que dizia que o Gaiarsa afirmava que nosso corpo é um parque de diversões, cheios de zonas erógenas e que as explorávamos muito pouco.
O Gaiarsa morreu planejando, sonhando, escrevendo e deixou um belo exemplo que não precisamos seguir um modelo do que nos foi imposto.
A minha homenagem a ele: José Ângelo Gaiarsa, 90 anos de lucidez, planos e vida produtiva.  

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